Cobertura Dream Theater 15/12 - SP

No último dia 15 de dezembro o Dream Theater esteve em São Paulo trazendo sua turnê comemorativa de 40 anos. O que o público presente testemunhou foi uma aula de prog metal e profissionalismo. 

Começando com a ilustração que escondia o palco antes do inicio da apresentação: uma arte muito bem feita com elementos dos álbuns da banda. Foi bem divertido procurar referências dos discos enquanto o show não começava. 

Pontualmente às 8 horas da noite a banda entrou com os primeiros acordes do clássico: “Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper”. Era possível visualizar só as sombras dos integrantes enquanto a ilustração subia aos poucos revelando a incrível produção de palco. 

Os telões não mostravam os integrantes, clipes, logo ou capas de discos. Foram usadas animações ilustrando os temas e letras das músicas. Tudo em perfeita sincronia com o que era executado pelo Dream Theater. Eram muito detalhes para assimilar e prestar atenção. Enquanto muitas bandas levam como regra a frase “Menos é mais", com o Dream Theater é o contrário. Os caras se preocupam com todos os detalhes. Desde a parte musical até a produção do show.

O público entrou em êxtase com a faixa de abertura e em poucos minutos ficou claro porque Mike Portnoy é um baterista histórico e reverenciado pelos fãs. Mostrou a técnica e virtuose de sempre, mas com muito garra e pegada. A felicidade do cara por voltar aos palcos com sua antiga banda era nítida. Detalhe: mesmo com as linhas de bateria ultra complexas, ele ainda consegue mandar backing vocals sem dificuldades. 

Na sequência trouxeram “Scene Two: I. Overture 1928” e “Scene Two: II. Strange Déjà Vu” do maravilhoso Metropolis PT2. Detalhe para o público cantando a plenos pulmões todos os solos do guitarrista John Petrucci. 

Logo após as primeiras músicas, Portnoy fez questão de descer do seu kit para cumprimentar o público. E se durante a abertura existia alguma dúvida quanto ao que seria a performance de James Labrie, a essa altura ela não existia mais. O vocal cantou muito durante as quase 3 horas de apresentação. 

A pesadíssima “The Mirror” do clássico Awake foi a próxima escolhida trazendo ainda mais nostalgia para a noite. Como esperado a execução foi perfeita, com direito ao tecladista Jordan Rudess descendo de seu posto com um teclado móvel para solar junto com Petrucci . 

A banda correspondeu as expectativas e estava muito afiada. 

Avançando um pouco na linha do tempo trouxeram “Panic Attack” do excelente Octavarium de 2005, com uma execução extraordinária de Portnoy. O público cantou todos os refrões durante a apresentação mantendo a temperatura alta em todo o show. 

“Barstool Warrior”do Distance Over Times também entrou no set list.  A banda fez questão de passar por toda sua discografia. 

Era hora de uma balada: a belíssima “Hollow Years” do álbum Once in a LIVEtime fez todos jogarem os braços para o alto e cantar junto com Labrie que mostrou muito carisma. Que momento! 

O peso voltou com tudo com “Constant Motion” do incrível Systematic Chaos de 2007. Provavelmente um dos melhores e mais pesados riffs da história da banda. Outro ponto alto da noite com certeza. 

O peso se manteve com “As I Am” do álbum Train of Thought, com um levada mais cadenciada, mas não menos pesada a faixa agradou demais. Ficou ainda mais agressiva ao vivo. 

Assim, a banda entregou a primeira parte do show e partiu para uma pausa de aproximadamente 15 minutos. 

Em sua primeira entrevista para o nosso podcast, a guitarrista Helena Nagagata comentou que “o prog é a excelência”. Foi isso que se viu no Vibra Sp: Uma banda que preza pela excelência no que diz respeito a parte musical e produção . Um show impecável. 

O retorno da banda se deu em grande estilo: Um video exibindo uma animação que mostrou toda a discografia do Dream Theater até a chegada do momento atual com a capa do “Parasomnia”, novo álbum com previsão de lançamento para 7 de fevereiro, serviu como intro para a épica “Night Terror”. 

Todos comemoraram e cantaram, mostrando que a banda segue relevante e produzindo material com qualidade e interessante para os fãs. “Under a Glass Moon”, clássico do Images and Words levou o Vibra São Paulo abaixo com absolutamente 100% dos presentes cantando o som. 

A banda avançou alguns anos novamente e trouxe uma do excelente A Dramatic Turn of Events, “This is the Life”com seu lindo solo inicial e belas melodias. Todas as baladas do Dream Theater são muito queridas pelos fãs. Foi o momento mais introspectivo do show, mas não menos competente. Que intepretação de James Labrie. Belissima! 

“Vacant”, outra do Train of Thought veio logo a seguir com sua bela introdução de piano hipnotizando todos os presentes. Mais uma bela balada. 

"Stream of Consciousness" serviu como aquecimento para o momento mais épico da noite: “Octavarium”. Pouco mais de 20 minutos de um som que tem todos os elementos do Dream Theater: Peso, melodia, virtuose e muita técnica. Um momento memorável! 

Após uma rápida pausa, a banda voltou para encerrar o show: A pesadíssima “Scene Six: Home” e a balada “Scene Eight: The Spirit Carries On” mostravam que a festa caminhava para seu fim. 

Destaque para a belíssima animação exibida no telão durante The Spirit Carries On. A sincronia com o tema da música enquanto era executada pela banda foi de arrepiar. O clássico “Pull me Under”, do Images and Words encerrou a noite cantada por todos a plenos pulmões. 

O Dream Theater proporcionou uma noite épica para o público de São Paulo e mostrou porque é “a grande banda de prog metal” da cena rock: Quase 3 horas de show com um setlist irretocável e performances incríveis de todos os integrantes. Que venha o disco novo e mais uma tour. Vida longa ao Dream Theater!!!! 

Setlist 

Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper 

Act I: Scene Two: I. Overture 1928 

Act I: Scene Two: II. Strange Déjà Vu 

The Mirror 

Panic Attack 

Barstool Warrior 

Hollow Years

Constant Motion 

As I Am 

Dance of the Dream Man 

Act II 

Night Terror 

Under a Glass Moon 

This Is the Life

Vacant 

Stream of Consciousness 

Octavarium 

BIS: 

Scene Six: Home 

Act II: Scene Eight: The Spirit Carries On 

Pull Me Under 

CRÉDITO FOTOS: GIULIANA PERAMEZZA INSTAGRAM:@GIUPERAVISUAL